Gabriela Betto
Desde a infância, Gabriela aprendeu que a fotografia não é apenas o registro de um instante, mas a construção de um olhar. Foi entre flores e paisagens, guiada pelo afeto da família, que ela começou a capturar o mundo com delicadeza e intuição.
Seu caminho foi traçado entre a ciência e a arte, entre a precisão da biologia e a poesia das imagens. Mas a verdade sempre esteve nas entrelinhas das suas fotografias: um amor profundo pelo instante, pela luz que dança sobre a natureza e pela atmosfera única que só uma imagem pode guardar.
A fotografia de Gabriela não é apenas um reflexo da realidade, mas um convite à contemplação. Seu olhar repousa sobre a Serra da Mantiqueira, desliza pelas matas de Águas da Prata e se aventura pelo mar de Ubatuba, traduzindo em imagens a essência de cada paisagem. O vento nas folhas, o brilho da água, a textura das rochas — tudo se transforma em fine art, em um pedaço de mundo que carrega a poesia do silêncio.
Caminhos da Luz
Às quatro da manhã, o mundo ainda dormia. Mas ali, em uma praia isolada de Ubatuba, o silêncio começava a se curvar à chegada da luz. O sol, tímido, emergia da linha do mar, revelando lentamente sua dança com as águas. Foi nesse instante fugaz, entre escuridão e claridade, que nasceu a imagem de Caminhos de Luz.
A luz refletida sobre o oceano formava um caminho tênue, dourado, quase mágico que me tocou com uma sensação de esperança. Aquilo que brilhou diante da lente não era apenas o nascer do sol, mas o nascer de um sentimento: o recomeço, a promessa de um novo dia, a lembrança de que mesmo após a noite mais longa, a luz sempre retorna.
Essa fotografia é um retrato desse instante sagrado, onde a natureza nos entrega, em
silêncio, sua sabedoria. É sobre seguir em frente mesmo sem enxergar o final do caminho, confiando que a luz interna e externa sempre nos guiará. Mais do que uma paisagem, Caminhos de Luz é um estado de espírito. Uma pausa para lembrar que, mesmo em tempos nublados, existe algo em nós que continua brilhando.
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